quarta-feira, 23 de maio de 2012

Porteiras abertas para o Agrobrasileiro


José Annes Marinho

Quando poderíamos pensar que há 42 anos, nos longínquos anos 70, nem se pensava em dizer que poderíamos produzir no Mato Grosso, na região Centro-Oeste, por exemplo. No passado tínhamos incentivo do governo para desmatar, hoje temos programas de redução de emissão de carbono e preservação de reservas legais (estes ainda por vir) onde o plantio direto auxilia na redução de emissões de carbono na atmosfera.

Como poderíamos imaginar que no passado, se gastava 5.000 litros de água para produzir 1 quilo de arroz e hoje se gasta no máximo 1.000 litros de água? Será que ainda podemos ser questionados que o Brasil não tem tecnologia? Ou será que devemos melhorar nossa comunicação e ficarmos mais próximos das cidades? Essa é uma pergunta feita todos os dias por amigos em reuniões e conversas. Será que não teríamos uma resposta para este antagonismo entre campo e cidades?

Pois lhes digo: o marketing agro precisa melhorar muito, sua comunicação com nossos “agrocidadãos”. Investimentos são necessários, a dicotomia entre fábrica ou produtor com cliente ou urbanóide definitivamente precisa acabar. Mas o que essa dicotomia gera para agricultura? Desconfiança do cidadão dos grandes centros, que os produtos do campo não têm qualidade, que o produtor rural somente reclama da falta de recurso, a famosa "choradeira".

Acredito fielmente que podemos dar um salto em conhecimento e marketing para aproximar fornecedor e cliente: esse é nosso desafio. As porteiras para o Brasil estão abertas. Em 2011 as exportações brasileiras alcançaram US$ 94,6 bilhões, se não existíssemos, o Brasil teria um déficit de pelo menos US$ 50 bilhões em sua balança comercial. O fato é notório, o agro ajuda, e muito a carregar o país, tanto do ponto de vista econômico, como do ponto de vista de preservação ambiental.

Temos erros? Claro, é evidente. Estamos em busca de melhorias? Sempre, nossos agricultores nunca desistem, são heróis. Mas não podemos perder as oportunidades, exportamos para mais de 190 países e podemos crescer ainda mais. No entanto, nem tudo é festa, temos problemas crônicos como logística, governança, falta de atenção do governo para agro, um ministério que foi forte e hoje passa por dificuldades.

O produtor precisa de recursos, mas ao mesmo tempo precisa de tecnologia de ponta. Não podemos ficar para trás de nossos concorrentes, a burocracia é inimiga dos países em desenvolvimento. Enfim, as porteiras ainda estão abertas, para não dizer escancaradas. Que nós saibamos aproveitá-las com muita sabedoria. Novos desafios virão para fechá-las, necessitamos ser vorazes e audaciosos, pois o melhor ainda está por vir.

Sobre a ANDEFedu
A ANDEFedu é a área da ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal) destinada à educação, que se dedica a planejar, organizar, inovar, desenvolver novas formas de educar e levar a responsabilidade socioambiental e as boas práticas agrícolas aos campos brasileiros.

Sua missão é atingir, incentivar e ser referência ao empresário rural, a pesquisadores e à sociedade brasileira, por meio de métodos que formem multiplicadores da sustentabilidade, visando a uma agricultura forte e sustentável para o país. Para isso, a ANDEFedu produz há mais de 35 anos conhecimento técnico-científico e melhores recursos para adoção de boas práticas agrícolas na agricultura.

Por esse trabalho de cooperação e a constante busca por melhores técnicas, a ANDEF e suas associadas se encontram em lugar de destaque no meio rural e acadêmico. Seu pioneirismo, sua criatividade, seu ímpeto, possibilitam diversos e excelentes resultados ao empresário rural do Brasil: novas tecnologias, responsabilidade socioambiental, conhecimento, informação, produtos altamente eficazes e, acima de tudo, educação à família rural.

José Annes Marinho é Engenheiro Agrônomo, Gerente de Educação da Associação Nacional de Defesa Vegetal – Andef

via Tatiana Freitas | Alfapress