quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Cobertura de vacina contra aftosa atinge 98% da meta nacional

Cerca de 165 milhões de bovinos e bubalinos – 98,04% da previsão – foram imunizados contra febre aftosa na campanha nacional de vacinação da doença. 

Foram vacinados 164,7 milhões de animais, de um total previsto de 168 milhões de cabeças, informou hoje (19) o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Com base em dados dos serviços veterinários estaduais, os índices de imunização neste ano mantiveram-se estáveis em relação à campanha do ano passado, quando foram vacinadas 164 milhões de cabeças, com índice de vacinação de 97,63%. 

A campanha deste ano começou em março, no Pará, e terminou em junho, no Pantanal de Mato Grosso do Sul.

Os estados com melhores índices de vacinação foram Rondônia (99,96%), Mato Grosso (99,82%) e Goiás (99,72%). No Acre, no Espírito Santo, em Mato Grosso do Sul, no Paraná, em Rondônia e em São Paulo foram vacinados só animais até 24 meses. A vacinação não ocorreu no Amapá, que tem vacinação apenas uma vez ao ano, e em Santa Catarina, zona livre de aftosa.

Com isso, estavam previstos para ser vacinados 168 milhões de cabeças na primeira etapa da campanha. Os 3 milhões de bovinos e bubalinos não imunizados na primeira fase ainda estão sendo vacinados. Na segunda etapa, iniciada no mês passado, o restante do rebanho será imunizado, exceto o de Santa Catarina. A vacinação prossegue até dezembro.

De acordo com a Coordenação de Febre Aftosa do ministério, a cobertura vacinal no país é satisfatória, decorrente do esforço governamental e da iniciativa privada, que executa a vacinação.

Agência Brasil

domingo, 15 de março de 2015

Democratização da genética

Sistema de produção de leite desenvolvido em Minas Gerais, promove aumento da receita do pecuarista somando a venda do leite ao valor do bezerro de corte de qualidade. 

Intercâmbio favorece evolução da bovinocultura de leite e carne no Brasil. Bezerros de corte | Erasmo Reis /EPAMIG

Modelo foi apresentado a técnicos de 14 estados brasileiros durante treinamento do Programa de Melhoria da Qualidade Genética do Rebanho Bovino Brasileiro (Pró-Genética), realizado nos dias 10 e 11 de março, em Felixlândia, na região Centro-Oeste de Minas Gerais.

Os técnicos conheceram o modelo, que utiliza fêmeas F1 (meio sangue europeu e meio sangue zebuíno) para produção de leite e de bezerros de corte, estudado na Fazenda Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), em Felixlândia há mais de 15 anos. Essas tecnologias geradas são levadas até o pecuarista mineiro por meio de programas como Minas Leite e Pró-Genética, com a interação entre Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, Epamig, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG), e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).

Os estudos apontaram que vacas mestiças, além do aumento da produtividade, foram capazes de produzir bezerros de qualidade, quando considerados o ganho médio diário e o peso do desmame, podendo contribuir para a sustentabilidade da produção. "A venda desses bezerros pode complementar a receita da propriedade, desmistificando a teoria que vacas F1 não produzem animais para a cadeia da carne", explica o pesquisador da EPAMIG, José Reinaldo Ruas, que coordena os estudos na Fazenda de Felixlândia. Ele explicou que a partir da adoção de técnicas de manejo na ordenha e alimentação, a média de produção passou de 2.000 kg para 3000 kg de leite por lactação. 

O temperamento ameno das vacas mestiças adaptadas à ordenha mecânica, chamou a atenção do agrônomo de Campina Grande (PB) Luciano Bezerra, que acompanhou o manejo na Fazenda Experimental."É possível perceber que as vacas são produtivas em ordenha mecânica, após o amansamento", ressalta. Para o zootecnista da Emater-DF Douglas Andrade, as demonstrações cumpriram a expectativa de viabilidade econômica do sistema. "É a parte que mais interessa ao produtor, além da possibilidade de este ter acesso à genética de qualidade", conclui.

Para o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João Cruz Reis Filho, os avanços do Pró-Genética em Minas vão além do aspecto econômico. "A capacidade multiplicadora do Programa melhora a satisfação do produtor rural e a qualidade de vida de sua família". Segundo o secretário, o programa  implantado em 2007 no estado terá como extensão o Pró-Fêmeas, iniciativa que visa melhorar o plantel, principalmente dos pequenos produtores rurais.

Também foram apresentadas aos participantes, as perspectivas da bovinocultura e resultados positivos que tornaram Minas Gerais, maior produtor de leite do Brasil, pioneiro no incentivo a pequenos produtores rurais na utilização de animais geneticamente superiores no cruzamento, a partir de tecnologias de fácil aplicabilidade e de administração simples. De acordo com o presidente da EPAMIG, Rui Verneque, houve um avanço em tecnologias para o desenvolvimento da bovinocultura de dupla aptidão. "A pesquisa busca respostas para outros desafios como, aperfeiçoar técnicas de automação para minimizar a questão da falta de mão de obra nas propriedades", exemplifica.

Os criadores interessados na melhoria do seu rebanho, devem procurar a Emater-MG e ABCZ para terem acesso a touros e fêmeas de alta qualidade genética de diversas raças bovinas adaptadas para a produção de carne e leite.

Comunicação | EPAMIG

sábado, 31 de janeiro de 2015

Novo sistema de manejo conserva a palmeira-juçara

As questões sobre a compatibilidade do desenvolvimento socioeconômico e a conservação da biodiversidade nas regiões tropicais têm sido um dos grandes desafios da humanidade. 

Estudo busca alavancar recuperação e conservação da palmeira-juçara da espécie | Foto: Saulo Souza

Assim, para alavancar a conservação e a recuperação da palmeira-juçara (Euterpe edulis) e, ao mesmo tempo, trazer melhoria dos meios de vida das populações humanas das regiões de Mata Atlântica, uma pesquisa foi desenvolvida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, pelo doutorando Saulo Eduardo Xavier Franco de Souza. A orientação foi do professor Edson José Vidal da Silva, do Departamento de Ciências Florestais.

A juçara é uma espécie importante ecológica, cultural e economicamente. A polpa de seus frutos é semelhante à do açaí amazônico e sua produção tem sido realizada em diversas localidades do sul e sudeste brasileiro na última década. O uso dos frutos valoriza a sobrevivência das palmeiras. Já o corte de palmito, inevitavelmente, aumenta a mortalidade. Além disso, as sementes geradas do processo de beneficiamento são aptas a germinar, possibilitando a recuperação da espécie. “O manejo da juçara para frutos, pode representar uma oportunidade de trabalho e renda para as comunidades rurais, bem como estimular a sobrevivência e recuperação da espécie”, explica o doutorando.

Para a realização da pesquisa, que teve início em 2011, Souza estudou iniciativas de produção de polpa da juçara por quatro comunidades situadas no entorno e interior do Parque Estadual da Serra do Mar, núcleos Santa Virgínia e Picinguaba, nos municípios de Natividade da Serra e Ubatuba (SP). “Foram selecionadas as comunidades da Vargem Grande, Sertão do Ubatumirim, Sertão da Fazenda e Cambury, pois estão engajadas por mais tempo na produção de polpa”, destaca o pesquisador.

A pesquisa foi conduzida, principalmente, por meio de entrevistas com os comunitários e monitoramento da produção de frutos e da dinâmica populacional em parcelas permanentes instaladas em áreas manejadas pelas comunidades e não manejadas no interior do parque, que totalizaram 1,9 hectares. Essas parcelas também foram utilizadas para amostrar a diversidade de árvores, para que pudesse avaliar a complementaridade dessas áreas para a conservação de outras espécies também.

O estudo abrangeu os principais tipos de vegetação onde a juçara é manejada — florestas secundárias e sistemas agroflorestais. “Essas áreas recebem diferentes níveis de intensidade de manejo agroflorestal. Além disso, a amostragem também representou três faixas de altitude da Serra do Mar, Terras Baixas (até 50 m), Submontana (50-500) e Montana (500-1500)”, ilustra Souza.

Principais resultados

O pesquisador ressalta que a colheita dos frutos é feita de forma não destrutiva. Após a colheita, ainda sobram cerca de 70% dos cachos na área. Cada grupo colhe frutos de 10 a 30 palmeiras por dia, o que rende, em média, 87 quilos (Kg) de frutos e 45 litros de polpa. “A quantidade de frutos restantes sugere que a atividade não prejudica a fauna que depende dos frutos, apesar de ainda ser necessário aprofundar essa questão”, lembra o pesquisador. Observou-se, ainda, que o novo sistema de manejo da juçara pode contribuir com o fortalecimento comunitário a partir da diversificação da produção familiar e aumento de renda.

Para o pesquisador, um dos desafios para a sustentabilidade do manejo de espécies nativas consiste em garantir a reprodução da espécie enquanto produz e comercializa. “Acompanhamos 712 palmeiras por três anos e verificamos que os adultos produtivos rendem, em média, 5,6 Kg de frutos por ano, chegando a 21 Kg por palmeira. Também registramos a maior média do número de cachos por palmeira já observada para a espécie (3,1), bem como um padrão de redução deste número conforme aumenta a altitude”, destaca o agrônomo.

Estímulos à sobrevivência

Por fim, foram verificadas as tendências demográficas da juçara por meio de modelos matriciais. A maioria das populações tende à estabilidade nos próximos 100 anos, mas aquelas que morreram mais adultas podem reduzir até 3% ao ano. “As análises demostraram a importância da sobrevivência de adultos para a viabilidade populacional em longo prazo. Simulações estocásticas do aumento da taxa de colheita de frutos (até 100%) demonstraram não afetar significativamente a taxa de crescimento populacional. Dessa forma, a colheita de frutos juçara alinha-se com a principal estratégia de manejo recomendada para a saúde das populações da espécie: o estímulo à sobrevivência das palmeiras adultas”, reforça.

Antes de finalizar, Souza comenta que há menos de um ano foi editada uma resolução estadual para regulamentar o manejo de espécies nativas da Mata Atlântica (Res. SMA 14/2014). A juçara foi a primeira espécie contemplada com regras específicas em anexo a esta resolução, desta vez regulamentando o uso de frutos, sementes e mudas, além do palmito. “As experiências da Serra do Mar foram determinantes para tal. Assim, esta pesquisa sobre os sistemas de manejo de juçara na Serra do Mar se conclui em momento oportuno para ampliar a discussão com a sociedade sobre manejo sustentável na Mata Atlântica”, conclui o pesquisador.

Por Alicia Nascimento Aguiar | Esalq em Piracicaba

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Pós-doutorado em Avicultura na Unesp de Jaboticabal com bolsa da FAPESP

O Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no campus de Jaboticabal, tem uma vaga para pós-doutorado com bolsa da FAPESP, para atuar no desenvolvimento do Projeto Temático “Modelagem da produção e das exigências nutricionais de aves e peixes”.

Oportunidade é para atuar em Projeto Temático sobre modelagem de produção e exigências nutricionais de aves e peixes (foto: Unesp)

O projeto tem como objetivo estudar as exigências nutricionais de proteína e aminoácidos de aves e peixes, assim como o potencial genético. 

Os pesquisadores deverão aplicar os resultados gerados com aves para atualizar o software Avinesp, e os resultados do estudo com peixes, para desenvolver uma planilha eletrônica para calcular as exigências nutricionais.

Os candidatos deverão ter concluído o doutorado na área de Zootecnia ou Medicina Veterinária há menos de sete anos e não ter vínculo empregatício, para se dedicar exclusivamente ao projeto. Além disso, devem ter experiência em nutrição aminoacídica de aves e modelagem na nutrição de aves.

O projeto será dividido em quatro etapas. Na primeira, será estruturada a base de dados e feita a estimativa dos coeficientes do modelo fatorial. Em seguida, serão elaborados dois modelos de predição da produção de ovos – um para poedeiras comerciais e outro para reprodutoras pesadas.

Na terceira etapa, serão elaborados os modelos de simulação para poedeiras comerciais e reprodutoras pesadas. Na quarta, serão feitos e incluídos submodelos para corrigir efeitos externos sobre o consumo e os modelos completos serão avaliados e validados. Ao final, os pesquisadores desenvolverão um modelo computacional para produzir um software que estime exigências nutricionais e simule a produção de ovos.

A bolsa tem dois anos de duração. Os interessados podem se candidatar até 23 de fevereiro.

Os documentos necessários para a inscrição são: currículo Lattes (curriculum vitae para estrangeiros) contendo a lista de publicações, cópia da tese de doutorado (em PDF) e duas cartas de recomendação. Eles devem ser enviados, via e-mail, à coordenadora do projeto, Nilva Kazue Sakomura (sakomura@fcav.unesp.br).

Mais informações sobre o pós-doutorado estão em http://fapesp.br/oportunidades/757. Dúvidas adicionais podem ser esclarecidas com Daniella Donato (dzdonato@fcav.unesp.br).

A vaga está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP (no valor de R$ 6.143,40 mensais) e Reserva Técnica. A Reserva Técnica de Bolsa de PD equivale a 15% do valor anual da bolsa e tem o objetivo de atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.

Caso o bolsista de PD resida em domicílio diferente e precise se mudar para a cidade onde se localiza a instituição sede da pesquisa, poderá ter direito a um Auxílio Instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em www.fapesp.br/bolsas/pd.

Outras vagas de Bolsas de Pós-Doutorado, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades

Agência FAPESP